O processo de filtragem do minério de ferro no sistema Minas-Rio inicia-se com o recebimento do minério em forma de polpa, que passa por etapas como espessamento e tancagem para otimizar a separação da água. Durante o espessamento, a polpa é adensada, com parte da água sendo direcionada ao clarificador e a polpa encaminhada para a tancagem. Nessa fase, são adicionados produtos como o óxido de cálcio (CaO), também conhecido como Cal, que auxiliam na coagulação do material, preparando-o para a filtragem. Após a filtragem, o minério de ferro “seco” é empilhado, enquanto a água extraída é direcionada para tratamento.  

O tratamento da água envolve a adição de insumos para clarificação e dióxido de carbono (CO₂) para ajuste do pH. Parte da água é reutilizada no processo, enquanto o excedente é direcionado para o mar por meio de um emissário. 

O uso da Cal implica na formação de incrustação, agravada pela dosagem de CO₂ e formação de carbonato de cálcio (CaCO₃). Dentre os diversos prejuízos das incrustações podemos ressaltar entupimento das tubulações, aumento da pressão das linhas, redução da vazão, desgaste prematuro das bombas, entre outros. O agravamento dessas condições pode gerar rompimento das tubulações, transbordo de tanques, aumento das manutenções corretivas e em último caso afeta a estabilidade operacional de todo o sistema produtivo. O controle dos diversos prejuízos é possível com a dosagem de anti-incrustrantes que representam significativa fração do custo operacional. 

Diante desse cenário, a Anglo American propõe o desafio em busca de soluções para reduzir ou controlar as taxas de incrustação no processo de filtragem de minério de ferro. Com isso, objetiva-se reduzir custos com insumos e manutenção, além de garantir a estabilidade do processo e evitar a execução de atividades de risco.