Especialistas falam sobre Indústria 4.0 a partir da sua experiência na prática
Nesta edição da Trilha de Conteúdo para aceleração da indústria, convidamos especialistas em inovação aberta para trazer suas experiências e visão a respeito do conceito e oportunidades da Indústria 4.0.
Confira o que os nossos entrevistados ilustres têm para compartilhar, com vocês: Haline Barbosa e Rafael Guimarães!
Haline Barbosa
Líder Comercial Sirros IoT
Diante da sua experiência com indústrias, quais são as tecnologias habilitadoras da indústria 4.0 que são mais demandas no mercado?
“Depende muito do setor de atuação da indústria. Alguns setores já estão mais avançados com algumas tecnologias, enquanto outros não. No geral, considerando as 9 tecnologias habilitadoras da indústria 4.0, algumas costumam chamar mais atenção no sentido de ser mais atraente, novidade e diferente. É o caso de Realidade Aumentada e Simulação (Digital Twin), por exemplo. Mas, ainda vejo que Internet das Coisas e Integração de Sistemas são as que apresentam mais oportunidades no setor industrial e as que avançam em projetos para além de PoCs e Pilotos mais rapidamente.”
Como as startups podem acelerar o processo de adesão da indústria 4.0 nas indústrias?
“Acredito que a única forma da startup apoiar e acelerar esse processo é conhecendo muito bem a realidade daquela indústria. Quais são as regras de segurança? Como o processo operacional funciona? Qual a cultura daquela indústria? Quais outros projetos já foram testados ou estão em andamento? Muitas das vezes a aplicação de uma tecnologia e um projeto não vão adiante porque a startup possui dificuldade de compreender a indústria. São duas realidades quase que opostas e é necessário um esforço e cooperação mútua para aproximar esses mundos. As startups só têm a ganhar e ao mesmo tempo oferecer quando conhecem bem o setor industrial de sua atuação.”
Quais dificuldades vocês encontram nos projetos realizados com indústrias?
“Essa pergunta é interessante porque antes de fazer um projeto com a indústria em si estamos trabalhando com pessoas. A resposta à pergunta anterior aponta algumas das dificuldades relacionadas a diferença de ritmo, de tamanho e de processo envolvida nessa relação entre pessoas jurídicas. Mas essa dificuldade já é amplamente conhecida e discutida. Acredito que a maior dificuldade e que é bastante negligenciada está no relacionamento, não só entre instituições, mas entre pessoas físicas. Essa é a chave de tudo. Se trata de como construir relações de confiança, estabelecer comunicação fluida e transparente e envolver as pessoas certas para que o projeto não morra e tenha sucesso.”
Rafael Guimarães
Gerente Geral de Indústria 4.0
na Gerdau
Como você vê o cenário brasileiro em relação à Indústria 4.0?
“O Cenário brasileiro vem apresentando crescimento em relação ao conhecimento e utilização das tecnologias e conceitos da indústria 4.0 nos últimos anos. Isso tudo muito alinhado ao movimento de transformação digital que as empresas do setor vêm buscando de forma a se manterem competitivas e atualizadas. Cada vez mais, o tema vem sendo visto como um importante alavancador de diferenciação e competitividade no setor, desta forma, vemos um movimento de estruturação de áreas, divisões, times específicos para o tema e desenvolvimento de redes/ecossistemas de suporte. Ponto de atenção neste crescimento é a necessidade de se manter este movimento/projetos de transformação digital da indústria (indústria 4.0) alinhados a cultura e a clareza de resultados do dia a dia.”
Com base na sua experiência, compartilhe quais são os principais benefícios da indústria 4.0 e os desafios para implementá-la.
“Com os conceitos e tecnologias da indústria 4.0 as operações industriais têm a possibilidade de elevar o patamar de produtividade e segurança de seus processos. Promovendo uma operação orientada a dados, com maior visibilidade e rastreabilidade de toda cadeia produtiva, permitindo uma operação mais dinâmica, previsível, ágil e a geração de cenários e trade offs que trazem outro nível de assertividade e velocidade nas decisões táticas e operacionais. Além disso, elevam o patamar de segurança dos processos através do uso de inteligência de imagens, correlação de dados e robotização (eliminação de tarefas de alto risco aos colaboradores).
Em linhas gerais, vemos que os desafios para usufruir de todos estes benefícios estão:
- Na construção de infraestrutura de dados e conectividade nas plantas industriais (parque antigo) de forma a viabilizar / promover / escalar as soluções;
- Na configuração da política de investimentos (CAPEX) do setor de forma a segmentar investimentos de indústria 4.0 do portfólio convencional (Sustain) da engenharia;
- No descompasso entre o avanço das soluções / tecnologias e o desenvolvimento / habilidades da mão de obra que se relaciona / utiliza estas soluções.
Como lidar com a implementação da indústria 4.0 em plantas com realidades e infraestrutura diferentes?
“No setor industrial brasileiro temos parques industriais antigos e com muita diversidade de tecnologias, fornecedores e estágios. Neste sentido, para avançar com a indústria 4.0 neste cenário é de grande importância atuar na atualização tecnológica da base industrial (gerenciamento do ciclo de vida dos ativos de automação e softwares de Nível 3) em conjunto com a implantação de soluções mais modernas (modelos dinâmicos, analytics, gêmeos digitais, robotização). Ou seja, importante ter a junção de Automação + tecnologia da informação + negócio na construção desta estratégia de avanço, observando como construir na base industrial um ambiente (arquitetura de referência de dados) que permita a implantação e escala das soluções, além claro, de clareza dos principais desafios de cada unidades e do todo da empresa de forma a focar corretamente estas nas principais oportunidades. Outro ponto importante, é tratar o tema de forma horizontal na empresa, permitindo que todas as avaliações de custo/benefício sejam feitas levando em consideração todo o parque industrial (mesmo que diferente) mostrando o potencial e investimento total de cada solução priorizada.”
Além dessa entrevista exclusiva, confira mais conteúdos adicionados no FIEMG Lab Digital.
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